23 de set. de 2008

Meditaçao


Hermann Hess é uma referencia fundamental para muitos de minha geraçao (adolecencia entre os anos 1960 e 70). Li varios de seus livros, entre os quais, a essencial trilogia "Demian", "Sidharta" e "O Lobo da estepe", alem de "Narciso e Boccadoro", magnificas narrativas que reportam em diferentes estagios e contextos a tematica primordial, caracteristica mais palpavel na obra deste genial escritor: a tensao carne x espirito, instinto x cultura, numa perspectiva de forte inspiraçao no controverso super-homem (Dioniso x Apolo) de Nietzsche, um de seus principais maestros.
A poesia a seguir, entitulada "Meditaçao", foi escrita por HH em torno a 1933, portanto, depois de todos os romances citados acima. E' uma minha traduçao do texto em italiano (nao leio nem falo alemao).

Divino e eterno é o espirito.
Na direçao dele, do qual somos imagem e instrumento
segue o nosso caminho; o nosso mais profundo ardente desejo é:
tornarmos-nos como ele, nos transmutar na sua luz.

Mas somos terrestres e mortais,
sobre nòs criaturas a inercia carrega o peso.
A natureza, é verdade, nos seduz
com a sua beleza e o seu calor materno:
a terra nos aleita, nos acalenta no berço e no caixao,
nos convida a ficar aqui em baixo entre as suas flores;
mas a natureza nao nos satisfaz plenamente:
o lume premonitorio do espirito imortal
atravessa o seu encanto materno,
paternalmente, faz da criança um adulto:
extingue a inocencia, nos desperta à luta, à consciencia.
Assim entre mae e pai,
entre corpo e espirito,
oscila o filho mais fragil da criaçao:
trépida alma humana, capaz de sofrer
como nenhum outro ser no mundo
e capaz da coisa mais elevada:
o amor na fé e na esperança.

Arduo é o seu caminho, culpa e morte sao o seu alimento.
Amiude se adentra nas trevas, amiude
seria melhor que nao tivesse nascido.
Mas sempre resplandece sobre ele a sua missao,
o seu destino: a luz, o espirito.
E nòs sentimos: ele, o vulneravel,
é amado pelo Eterno com amor especial.
Por isso a nòs, irmaos no erro,
o amor é possivel mesmo na discordia.
E nao a condenaçao, nao o odio,
mas o amor paciente,
a paciencia amorosa nos conduz
mais proximos à sagrada meta.

22 de set. de 2008

Graves, medios e agudos

Justo ou por engano,
ha um preço que me cobram o pagamento.
Afinal sou eu o responsavel,

como se fosse um presidente da republica.
Faço o que posso,

eu de carne
e ouço.
Compositor e arranjador de sonhos e sons
Em busca da realidade real

16 de set. de 2008

A Fundaçao cientifica do racismo


Chama-se, ainda hoje, raça caucasiana, a minoria branca que ocupa o vertice das hierarquias humanas.
Foi batizada assim em 1775 por Johann Friedrich Blumenbach.
Este zoologo acreditava que o Caucaso fosse o berço da humanidade, e que de là proviessem a inteligencia e a beleza. Ainda hoje se continua a usar o termo, apesar de todas as provas contrarias.
Blumenbach tinha reunido duzentos e quarenta e cinco cranios que fundaram o direito dos europeus de humilharem os outros.
A humanidade formava uma piramide de cinco andares.
Em cima, os brancos.
A pureza original tinha sido danificada, nos andares de baixo, pelas raças de pele suja:
os nativos australianos, os indios americanos, os amarelos asiaticos. E embaixo de todos, deformados dentro e fora, haviam os negros africanos.
A Ciencia sempre colocou os negros no porao.
Em 1863, a Sociedade Antropologica de Londres chegou à conclusao segundo a qual os negros eram intelectualmente inferiores aos brancos, e que sò os europeus tinham a capacidade de lhes "humanizar" e "civilizar". A Europa consagrou suas melhores energias à esta nobre missao mas nao teve sorte.
Quase um seculo e meio depois, no ano 2007, o estadunidense James Watson, Premio Nobel de Medicina, afirmou que é cientificamente provado que os negros continuam a ser menos inteligentes que os brancos.

Do livro "Specchi - La vera storia del mondo" de Eduardo Galeano

15 de set. de 2008

A Fundaçao do Inferno

A Igreja catolica inventou o Inferno e imventou tambem o Diabo.
O Velho Testamento nao mencionava aquela grelha perpetua , nem comparecia em suas paginas este monstro que fede a enxofre, usa o tridente, tem chifres e rabo, unhas compridas, patas de bode e asas de dragao.
Mas a Igreja se perguntou: O que serà da recompensa sem o castigo? O que serà da obediencia sem o medo?
E se perguntou: O que serà de Deus sem o Diabo? O que serà do Bem sem o Mal?
E a Igreja constatou que a ameaça do Inferno é mais eficaz do que a promessa do Ceu, e desde entao os seus doutores e santos padres nos aterrorizam anunciando o suplicio do fogo nos abismos onde reina o Satanaz.
No ano 2007, o Papa Bento XVI confirmou: "O Inferno existe. E é eterno".

do livro "Specchi - La vera storia del mondo" de Eduardo Galeano

14 de set. de 2008

Aumentar o quociente de felicidade!

+ musica - antibiotico
+ poesia - ar condicionado
+ amizade - vicio
+ amor - medo
+ luz - duvida
+ coragem - decadencia
+ paciencia - tristeza
+ natureza - trafico
+ tolerancia - preconceito
+ disponibilidade - afobaçao
+ compreensao - charme
+ atençao - violencia
+ uniao - pressa
+ silencio - solidao
+ confiança - separaçao
+ liberdade - guerra

o sol ilumina a terra e a lua
hà beleza na noite como no dia
nada é pra sempre
nada se esconde
nada é igual
tudo se cria

quem sabe sonha
quem sonha aprende
quem pode sobe
quem desce pode
quem quer procura
quem procura descobre
se foi assim
assim pode ser
assim serà
assim seja

eu e o pai somos um

um e uma
uns e unhas
unhas e dentes
umas e outras
numa boa
numas

no mais
aquela paz
aquele abraço