Hermann Hess é uma referencia fundamental para muitos de minha geraçao (adolecencia entre os anos 1960 e 70). Li varios de seus livros, entre os quais, a essencial trilogia "Demian", "Sidharta" e "O Lobo da estepe", alem de "Narciso e Boccadoro", magnificas narrativas que reportam em diferentes estagios e contextos a tematica primordial, caracteristica mais palpavel na obra deste genial escritor: a tensao carne x espirito, instinto x cultura, numa perspectiva de forte inspiraçao no controverso super-homem (Dioniso x Apolo) de Nietzsche, um de seus principais maestros.
A poesia a seguir, entitulada "Meditaçao", foi escrita por HH em torno a 1933, portanto, depois de todos os romances citados acima. E' uma minha traduçao do texto em italiano (nao leio nem falo alemao).
Divino e eterno é o espirito.
Na direçao dele, do qual somos imagem e instrumento
segue o nosso caminho; o nosso mais profundo ardente desejo é:
tornarmos-nos como ele, nos transmutar na sua luz.
Mas somos terrestres e mortais,
sobre nòs criaturas a inercia carrega o peso.
A natureza, é verdade, nos seduz
com a sua beleza e o seu calor materno:
a terra nos aleita, nos acalenta no berço e no caixao,
nos convida a ficar aqui em baixo entre as suas flores;
mas a natureza nao nos satisfaz plenamente:
o lume premonitorio do espirito imortal
atravessa o seu encanto materno,
paternalmente, faz da criança um adulto:
extingue a inocencia, nos desperta à luta, à consciencia.
Assim entre mae e pai,
entre corpo e espirito,
oscila o filho mais fragil da criaçao:
trépida alma humana, capaz de sofrer
como nenhum outro ser no mundo
e capaz da coisa mais elevada:
o amor na fé e na esperança.
Arduo é o seu caminho, culpa e morte sao o seu alimento.
Amiude se adentra nas trevas, amiude
seria melhor que nao tivesse nascido.
Mas sempre resplandece sobre ele a sua missao,
o seu destino: a luz, o espirito.
E nòs sentimos: ele, o vulneravel,
é amado pelo Eterno com amor especial.
Por isso a nòs, irmaos no erro,
o amor é possivel mesmo na discordia.
E nao a condenaçao, nao o odio,
mas o amor paciente,
a paciencia amorosa nos conduz
mais proximos à sagrada meta.
A poesia a seguir, entitulada "Meditaçao", foi escrita por HH em torno a 1933, portanto, depois de todos os romances citados acima. E' uma minha traduçao do texto em italiano (nao leio nem falo alemao).
Divino e eterno é o espirito.
Na direçao dele, do qual somos imagem e instrumento
segue o nosso caminho; o nosso mais profundo ardente desejo é:
tornarmos-nos como ele, nos transmutar na sua luz.
Mas somos terrestres e mortais,
sobre nòs criaturas a inercia carrega o peso.
A natureza, é verdade, nos seduz
com a sua beleza e o seu calor materno:
a terra nos aleita, nos acalenta no berço e no caixao,
nos convida a ficar aqui em baixo entre as suas flores;
mas a natureza nao nos satisfaz plenamente:
o lume premonitorio do espirito imortal
atravessa o seu encanto materno,
paternalmente, faz da criança um adulto:
extingue a inocencia, nos desperta à luta, à consciencia.
Assim entre mae e pai,
entre corpo e espirito,
oscila o filho mais fragil da criaçao:
trépida alma humana, capaz de sofrer
como nenhum outro ser no mundo
e capaz da coisa mais elevada:
o amor na fé e na esperança.
Arduo é o seu caminho, culpa e morte sao o seu alimento.
Amiude se adentra nas trevas, amiude
seria melhor que nao tivesse nascido.
Mas sempre resplandece sobre ele a sua missao,
o seu destino: a luz, o espirito.
E nòs sentimos: ele, o vulneravel,
é amado pelo Eterno com amor especial.
Por isso a nòs, irmaos no erro,
o amor é possivel mesmo na discordia.
E nao a condenaçao, nao o odio,
mas o amor paciente,
a paciencia amorosa nos conduz
mais proximos à sagrada meta.